PRINCIPAIS DOENÇAS FOLIARES DO MILHO
MANCHA BRANCA ou MANCHA DE Phaeosphaeria (Phaeosphaeria maydis)
Fotos: Gisèle Maria Fantin (IB)
Foto: Christina Dudienas
Sintomas
As lesões apresentam forma arredondada, oblonga, alongada ou levemente irregular, medem geralmente 0,5 a 1,5 cm e ocorrem tipicamente sobre a superfície das folhas. Os sintomas iniciais característicos são manchas de coloração verde-oliva ou parda e bordos bem definidos que evoluem rapidamente para verde claro e depois tornam-se esbranquiçadas ou de cor palha, com aspecto seco, e geralmente adquirem margens estreitas de cor marrom.
Condições predisponentes
A mancha de feosféria, nas condições da segunda safra no Estado de São Paulo, é favorecida por temperaturas médias ao redor de 18 a 21oC e precipitação pluviométrica de aproximadamente 70 mm mensais durante o ciclo da cultura. É também citado que a doença é favorecida por alta umidade e temperaturas noturnas relativamente baixas, em torno de 14oC.
Controle
Recomenda-se o uso simultâneo de várias cultivares com maior resistência genética à doença e uso complementar de fungicidas. Para o controle químico, preconiza-se a aplicação de produtos que contenham fungicidas dos grupos químicos das carboxamidas e/ou estrobilurinas em sua composição, em uso combinado com fungicidas multissítios, como mancozebe ou clorotalonil.
MANCHA DE CERCÓSPORA (Cercospora zeina, C. zeae-maydis, e C. sorghi var. maydis)
Foto: Gisèle Maria Fantin (IB)
Foto: Gisèle Maria Fantin (IB)
Sintomas
Os sintomas comumente se iniciam como pequenas manchas cloróticas, que se alongam e adquirem cor geralmente palha ou parda e posteriormente um tom acinzentado. Atingem, em média, 2 a 4 mm de largura por 1 a 6 cm de comprimento e apresentam os bordos como linhas retas paralelas.
Condições predisponentes
A cercosporiose é favorecida por temperaturas moderadas a altas, de 22 a 30oC; e períodos de umidade relativa próxima a 100%.
Controle
A principal medida para o controle desta doença é o uso diversificado de cultivares mais resistentes e ênfase deve ser dada à utilização conjunta da rotação de culturas. Para o controle químico, misturas triplas ou duplas contendo triazois, carboxamidas, estrobilurinas e ditiocarbamato têm mostrado elevada eficácia no controle desta doença.
QUEIMA DE TÚRCICUM (Exserohilum turcicum)
Sintomas
Fotos: Gisèle Maria Fantin (IB)
As lesões típicas sobre as folhas de milho são grandes, elípticas, alongadas, variando de 2,5 a 15 cm de comprimento (média de 6 a 10 cm). Inicialmente de cor verde-acinzentada, as manchas tornam-se rapidamente necróticas, de cor palha e depois adquirem cor parda, com a esporulação.
Condições predisponentes
As condições favoráveis ao desenvolvimento da doença são alta umidade, temperaturas entre 18 e 27oC, fotoperíodos curtos e dias nublados.
Controle
Recomenda-se o uso de cultivares com maior resistência, rotação de culturas e controle químico com fungicidas. O controle desta doença pode ser obtido com aplicações iniciadas logo aos primeiros sintomas da doença, preferencialmente alternando misturas duplas ou triplas de fungicidas dos grupos químicos dos triazois, benzimidazois, estrobilurinas e carboxamidas com ou sem combinação com fungicidas multissítios.
MANCHA DE MAYDIS (Bipolaris maydis)
Sintomas
Fotos: Gisèle Maria Fantin (IB)
Este patógeno tipicamente produz lesões foliares alongadas, com margens quase paralelas; as manchas são internervais, mas ultrapassam as nervuras das folhas em alguns pontos de sua extensão, têm cor parda com bordos de cor em geral avermelhada, com 0,2 a 0,6 x 2 a 3 cm, podendo se alongar além deste comprimento.
Condições predisponentes
A doença é favorecida por temperaturas de 20 a 32°C e umidade elevada. O aumento da severidade é favorecido pela ausência de rotação de culturas e presença de restos culturais.
Controle
Recomenda-se o uso de cultivares com maior resistência e rotação de culturas. Ainda não há registro de fungicidas para esta doença, mas as misturas duplas e triplas contendo fungicidas com modo de ação específico, utilizadas no controle das demais doenças foliares, tem contribuído para o controle desta doença.
MANCHA DE DIPLÓDIA (Stenocarpella macrospora)
Sintomas
Fotos: Christina Dudienas
Os sintomas da doença são manchas alongadas e irregulares, medindo geralmente de 1 a 15 cm de comprimento, em cujo centro muitas vezes pode ser observado o ponto inicial de infecção de cor clara. Na superfície das lesões maduras, observam-se pontos negros que são os corpos de frutificação do fungo.
Esse patógeno também causa podridão de colmo e espigas em milho. As brácteas ficam de coloração parda e a espiga pode apodrecer totalmente.
Condições predisponentes
A doença é favorecida por alta umidade e temperaturas entre 26 e 30oC. O aumento da severidade é favorecido pela ausência de rotação de culturas e presença de restos culturais.
Controle
Recomenda-se a utilização de cultivares resistentes, rotação de culturas e uso de sementes sadias e tratadas com misturas de fungicidas. Não há produtos registrados para pulverizações foliares desta doença.
MANCHA DE KABATIELA OU MANCHA OCULAR (Kabatiella zeae)
Sintomas
Fotos: Gisèle Maria Fantin (IB)
Os sintomas são lesões pequenas, com 1 a 4 mm de diâmetro, circulares a ovais, de cor parda a creme no centro, circundada por um anel de cor marrom-escura a púrpura, e um halo estreito amarelo, o que lhes confere a aparência semelhante a um olho.
Condições predisponentes
Clima úmido e frio com vento favorece a doença. O fungo sobrevive em restos culturais e também em sementes.
Controle
O controle da doença tem sido obtido pelo cultivo de híbridos mais resistentes.
MANCHA MARROM OU PARDA (Physoderma maydis)
Sintomas
Foto: Gisèle Maria Fantin (IB)
Os sintomas típicos são pequenas pontuações cloróticas a amareladas no limbo e manchas arredondadas de coloração marrom avermelhada a arroxeada na nervura foliar, em forma de faixas transversais de tecido doente alternado com sadio, podendo surgir também na bainha da folha, no colmo e, algumas vezes, nas brácteas externas da espiga. Sob alta severidade, as infecções do colmo podem ocasionar a quebra deste.
Condições predisponentes
A doença é favorecida por temperaturas elevadas, em períodos úmidos prolongados, ou sob irrigação, sendo maior a ocorrência em lavouras sob monocultura e plantio direto, pois o patógeno sobrevive em restos culturais.
Controle
A melhor medida de controle é a utilização de materiais com resistência, embora a doença aparentemente não se apresente com intensidade que justifique maiores cuidados.
FERRUGEM COMUM (Puccinia sorghi)
Sintomas
Fotos: Gisèle Maria Fantin (IB)
A doença caracteriza-se pela presença de pústulas alongadas, de coloração marrom escuro, principalmente nas folhas. As lesões se formam em discretas faixas transversais nas duas faces das folhas. Pode haver necrose do tecido ao redor do agrupamento de pústulas.
Condições predisponentes
É favorecida por temperaturas amenas, de 16 a 23oC e alta umidade ou água líquida.
Controle
O uso de cultivares com maior resistência é essencial. Recomenda-se que o controle químico seja realizado com misturas duplas ou triplas contendo fungicidas dos grupos químicos triazol, estrobilurina ou carboxamida, com alternância de produtos na aplicação subsequente. As aplicações devem ser iniciadas cedo.
FERRUGEM POLÍSSORA (Puccinia polysora)
Sintomas
Foto: Gisèle Maria Fantin
Foto: Christina Dudienas
Os sintomas típicos são pústulas pequenas, circulares a ovais, de cor marrom alaranjado, medindo de 0,2 a 2,0 mm, densamente distribuídas sobretudo pela superfície superior das folhas. Sob alta severidade, pode haver extensiva necrose e seca prematura das folhas.
Condições predisponentes
É favorecida por temperaturas elevadas, de 23 a 28oC, na presença de alta umidade relativa ou água líquida.
Controle
É fundamental a utilização de cultivares mais resistentes para o controle desta doença. O uso complementar de fungicidas é importante, sendo recomendável aplicar misturas duplas ou triplas de fungicidas com modo de ação específico, como triazol, estrobilurina e carboxamida, em uso combinado com fungicidas multissítios, como clorotalonil ou mancozebe, a partir do início dos sintomas.
FERRUGEM TROPICAL (Physopella zeae)
Sintomas
Foto: Gisèle Maria Fantin
Esta doença forma pústulas de cor creme a amarelada, pequenas, medindo 0,3 a 1,0 mm. Ocorrem em pequenos grupos, principalmente na superfície superior das folhas e podem tornar-se com aspecto pulverulento esbranquiçado quando grande número de esporos é liberado.
Condições predisponentes
É favorecida por uma ampla faixa de temperatura, entre 22 e 34oC, o que porporciona grande capacidade de adaptação em diferentes ambientes, e umidade acima de 80% ou água líquida.
Controle
O emprego de cultivares de milho com maior resistência é necessário, em todas as épocas de plantio. Entre os produtos registrados para esta doença, é recomendável que o controle químico, complementar à resistência, seja realizado preferencialmente com misturas duplas ou triplas contendo fungicidas dos grupos químicos triazol, estrobilurina ou carboxamida, com alternância de produtos de grupos diferentes na pulverização seguinte, no caso de misturas duplas.