O MILHO NO ESTADO DE SÃO PAULO

 

O milho se destaca como uma das principais culturas produtoras de grãos no Brasil, sendo superado em área e produção apenas pela soja. Em 2023 o valor bruto da produção (VBP) de milho correspondeu a 12,6% do total da agropecuária brasileira, ultrapassando o VBP de bovinos (carne suína)  (Tabela 1). Na primeira safra (verão), a produção de Minas Gerais foi a maior do Brasil em 2023, com 18,8% do total. O Estado de São Paulo foi 6º colocado, com 7,5%, atrás de Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Santa Catarina. Na segunda safra (safrinha) o Estado de Mato Grosso foi o líder, com 50,6% da produção nacional. São Paulo se situou na 6ª posição, com 2,5%, atrás de Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.

No estado de São Paulo, este cereal ocupou cerca de 789 mil hectares e produziu 4,6 milhões de toneladas, somando-se as safras de verão e safrinha, conforme dados da CONAB (dados preliminares de agosto/23).

O estado é grande consumidor de grãos de milho, pela importância das atividades de criação de bovinos (carne e leite), suínos e aves (frango e ovos).

Tabela 1. Valor bruto da produção agropecuária, Brasil, principais unidades da federação, em 2023, expresso em milhões de reais

 

A produção paulista de milho tem se mantido relativamente constante desde o início deste século, compensando a redução de aproximadamente 300 mil hectares com o aumento contínuo da produtividade. Como em São Paulo a agricultura é muito dinâmica e diversificada, os agricultores têm optado também por outras culturas de maior rentabilidade e/ou de menor risco, deixando de atender quase metade do consumo estadual de grãos de milho, que é abastecido por importações de outros estados.

A cultura passou por grandes transformações desde a década de 1990, destacando-se o deslocamento temporal e espacial da área de cultivo. Até a década de 1980 só existia milho na safra de verão (primeira safra) e esse cereal era importante em praticamente todas as regiões paulistas. Desde a introdução do milho safrinha (segunda safra), no início dos anos 90, reduziu-se a sazonalidade da produção ao longo do ano e concentrou-se o seu cultivo em regiões de melhor aptidão. Atualmente, o milho de verão predomina nas regiões acima de 600 m de altitude e o milho safrinha estende desde as regiões mais baixas e de solo argiloso até as de altitudes próximas de 600 m, ocupando cada uma das modalidades, cerca de 305.5 mil e 464,5 mil hectares, respectivamente, em 2022/23, segundo dados de julho/23, do levantamento do IEA/CATI.

O preço médio de milho recebido pelo produtor paulista em julho de 2023 foi de R$ 49,49 por saco de 60kg, contra R$ 77,75 em julho de 2022, com queda de 36,4%. O valor da produção de milho no Estado de São Paulo, em 2023, conforme dados de julho/23, foi de R$ 4,8 bilhões. Isto correspondeu a 3,4% do valor da produção agropecuária paulista, ocupando a 8ª posição no ranking do valor, superado pelos valores da cana-de-açúcar, bovinos (carne bovina), laranja, soja, frango, leite e ovo de galinha.

As regiões maiores produtoras de milho no Estado de São Paulo são as de Itapeva, São João da Boa Vista, e Avaré na safra de verão (ou primeira safra) e Assis, Ourinhos, Presidente Prudente, Itapeva, Avaré e Itapetininga na safrinha (ou segunda safra).

De acordo com o Censo Agropecuário de 2017, do IBGE, a área média do milho total (primeira e segunda safra) por estabelecimento (produtor) foi de 30,1 hectares no Estado de São Paulo e de 457,3 hectares no Estado de Mato Grosso. A área média de soja por produtor em São Paulo foi de 102,8 hectares e em Mato Grosso, de 1.248,8 hectares.

Segundo o Censo Agropecuário da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (LUPA 2016-2017) a área média estadual por UPA (Unidade de Produção Agropecuária) (ou imóvel rural) foi de 12,9 hectares no milho de verão e de 39,3 hectares no milho safrinha.

No Estado de São Paulo também são produzidos tipos especiais de milho, como o milho verde (São Paulo é o maior produtor brasileiro), milho branco (para canjica), milho doce (para conserva), minimilho (para conserva), milho waxy ou ceroso (para indústria de amido), milho silagem (para alimentação de bovinos) e milho pipoca.